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O autor aborda a pós-modernidade como expressão da crise do capitalismo

mundializado, como o último e mais refinado travestimento do capitalismo e de sua ideologia

consumista, no qual a cosmovisão política e estética não modifica o curso da história,

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incorporando a concepção de que vale-tudo no pós-moderno .

Como se vê, existem diversas correntes no movimento de conceituar a pós-

modernidade, com variadas matizes ideológicas, o que torna difícil qualquer ensaio de conclusão

sintetizada.

O fenômeno da globalização, por sua vez, tanto é identificado a partir da década de 90 com

os avanços da tecnologia, evidenciado por ummundo sem fronteiras e semnacionalidades, marcado

pelas políticas dos Estados nacionais e organismos internacionais como as estratégias de lucro

articuladas pelas empresas nacionais, quando, na verdade, também pode ser entendido como um

fenômenonãomuito recente,mas decorrente de umprocesso histórico.

Aglobalização sob a concepção de ser umfenômeno recente das últimas três décadas, fruto

de uma terceira revolução tecnológica que instaurou, na economia, a era dos mercados globais, se

caracteriza pela hegemonia do capital financeiro volátil, que circula livremente de um país para

outro, pela liberação e regionalização do comércio exterior (criação do GATT, da OMC e de blocos

regionais de comércio), pelo crescimento de empresas transnacionais em razão da mobilidade do

capital e da livre circulação de pessoas e produtos, possibilitando deslocamentos de indústrias,

terceirizações, (aquisições e fusões e a produção baseada no modelo toyotista), como também pela

padronizaçãode produtos e culturas, comestratégias demarketingmundialmente unificadas.

De outro norte, a globalização também é concebida como um fenômeno histórico

relacionado à evolução do próprio sistema capitalista. Segundo a concepção histórica do fenômeno,

numa primeira fase surgida no período mercantilista, marcado pelas façanhas ibéricas de

circunavegação, por volta dos séculosXVI eXVIII, responsável pela europeização domundo, tendo

no centro países europeus (Inglaterra, França, Holanda, Espanha e Portugal) e na periferia aAmérica

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e aÁfrica, deuorigemao sistema desigual de acumulação capitalista .

Asegunda fase, ocorrida nos séculos XVIII-XX, durante a primeira e a segunda revolução

industrial (1ª - invenção da máquina a vapor; 2ª - descoberta da energia elétrica e da transmissão à

distância), baseou-se no colonialismo, com monopólio da industrialização na Europa central e

ocidental, naAmérica do norte e posteriormente no Japão, permanecendo as demais regiões (Ásia,

África eAméricaLatina) semindustrialização, meramente fornecedoras demão-de-obra ematérias-

primas. Nesse período, a globalização representou a rivalidade entre as nações capitalistas, gerando

duas guerrasmundiais.

A partir de meados do século XX, com a terceira revolução industrial (micro-

tecnologia), surge como terceira fase a globalização do capital financeiro, da informação e da

cultura, sob o comando hegemônico dos Estados Unidos.

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Id, Ibdem.

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FARIA, José Eduardo.

O Direito na Economia Globalizada.

São Paulo: Malheiros, 2004, p. 46.

Caterine Vasconcelos de Castro

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