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O texto é um convite ao leitor para compreender o ser humano e o fenômeno da vida em

sua multidimensional idade, sob uma visão da física de rede concebida como uma teia dinâmica

de eventos inter-relacionados, inspirado em Frijot Capra. Fala de uma modernidade complexa,

sobre a qual é difícil precisar seu surgimento e estabelecer qual é verdadeiramente seu marco

teórico. Segundo o autor, só uma complexidade permite que se compreenda determinado

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fenômeno na suamultidimensional idade .

Traz uma concepção de umnovo homemque se revolta contra a estrutura de poder e a divisão

entre jovens evelhos, nacionais e estrangeiros, pretos ebrancos, etc, numa inspiraçãomísticadefendida

por Osho, catedrático de Filosofia e místico hindu, para o qual o “novo homem é uma rebelião, uma

revolução contra todos os condicionamentos que podem escravizá-lo, oprimi-lo, explorá-lo – apenas

dando a ele esperanças de umcéu fictício, assustando-o, chantageando-o comoutro fenômeno fictício:

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o inferno” .

Oautor sugere como saída para a resolução dos complexos problemas humanos gerados pela

evolução tecnológica, o resgate da ética integrada, da estética e da criatividade, baseado na

solidariedade, como superação do modelo patriarcal que tudo quer dominar e vencer. Finaliza com a

idéiadequeoprocessodemodernidade se renovaacadadia, centradona idéiadequeahistóriaécíclica,

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partindodomisticismoparaa racionalidadeenasociedade racional busca-seaespiritualidade .

LeonardoBoff, ao explicar o fenômeno da pós-modernidade, traduz que este é produzido por

umtempodecrisedeparadigmasdamodernidade, tais comoa razão instrumental, oprojetocientífico, a

economia demercado, a centralização do indivíduo e a pretensão de umuniversalismo domodo de ser

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ocidental .

Boff relaciona a crise atual a outros fenômenos de crises paradigmáticas que marcaram a

história da civilização, como por exemplo, a Reforma Luterana, na Idade Média, através da qual

buscou-seumaconstruçãodeumnovohorizontedesentidoreligiosoepolítico.

DestacaqueaterminologiautilizadasurgiunaUniãoSoviética,emfunçãodosprotestospolíticos

eculturaisnofimdosanos60,principalmentenaexpressãodasartesearquitetura. Segundoele,naEuropa,

a expressão pós-modernidade foi cunhada no campo filosófico, histórico e cultural e certos aspectos do

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pensamentodeMichaelFoucalt,J.DerridaeBaudrillard .

AindanaspalavrasdeBoff,por faltarumnomemaisadequado, sefalaempós-modernidadepara

denominar estemomento de crise demecanismos de legitimação da ordempresente em todo seu aspecto,

emboratalexpressãopasseumaidéiaequivocadadequeestamosnofimdahistória, foradocapitalismo,ou

dodesaparecimentoda dominação, quando, na verdade, estamos justamente nomeiode tudo isso, emque

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somosmodernidadeenãosomosmais .

9

Id, Ibdem, p. 59.

10

OSHO.

Onovohomem–aúnica esperançaparao futuro.

Trad. Sw. Sangit Loree eSwRassiko.SãoPaulo:Gente, s.d.

11

FAGUNDEZ, Paulo Roney Ávila. O Direito e a Hipercomplexidade. São Paulo: LTr, 2003, p. 91

.

12

BOFF, Leonardo – La Posmodernidade y la miséria de la razon liberadora: PORTAVOZ, Boletim de los Programas

de Servicios Legales emLatinoamerica y el Caribe, ILSA, número 44, diciembre de 1995.

13

Id, Ibdem.

14

Id, Ibdem.

O D

ireito na

G

lobalização e o

P

luralismo

J

urídico

64