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Todavia – e fugindo da simplificação econômica da questão – poder-se-ía dizer que a

globalização, hoje, é a interdependência dialética de relações sociais em âmbito mundial nas mais

diversas áreas da vida humana.

Considerando-se que, diante da simplificação do conceito apresentado no parágrafo

anterior, nele certamente estão ausentes elementos importantes. Ainda assim, não podemos negar

que, mesmo no seu estreito conteúdo, já se denotam os imensos impactos possíveis em nossa

sociedade e, portanto, tambémna educação.

Esse aumento da mobilidade dos fluxos globais (de culturas, produtos, serviços,

financeiro, etc) gera, a evidência, uma variedade de riscos e oportunidades emconstante turbulência,

cujos resultados não são, intrinsecamente, bons ou ruins, mas dependentes da forma como serão

compostas as relações entre o sistema (Estado eMercado) e omundoda vida (aSociedadeCivil).

Eis aí o grande desafio que nos aguarda: a formação, dentro de nossas universidades, de um

conjunto teórico que busque a humanização do processo globalizante, coma garantia da diversidade

cultural, do acesso ao conhecimento, da distribuição de riqueza, do acesso à justiça, enfim, da

dignidade donovohomem-mundo.

Diante do desafio posto, torna-se necessária a análise quanto à viabilidade de as novas

tecnologias comunicacionais oferecidas pelo atual estágio de reglobalização poderemauxiliar nessa

proposta emancipatória e humanista.

IV - O MUNDO CONTEMPORÂNEO E AS NOVAS TECNOLOGIAS

DIGITAISDECOMUNICAÇÃO

Vivemos em uma era do conhecimento, da informação. Essa nova realidade, indiscutível,

demonstra que a sociedademoderna, industrial, encontra-se emuma crise semprecedentes, gerando

6

umambiente que, segundoCastells, caracteriza uma “sociedade emrede” .

É comum hoje se falar sobre o fim e o começo de muitas coisas. Alguns dizem que a

humanidade está no fim da história, enquanto outros alardeiam o fim da modernidade. Há os que

sustentam o início de uma nova fase da modernidade, que acaba ganhando muitos nomes:

modernidade líquida, leve, reflexiva, fluida, tardia; há outros, ainda, que acreditam

verdadeiramente, no começode uma nova era: pós-fordista, informacional, enfim, pós-moderna.

Há quem identifique esse sentimento de transformação e início de um novo tempo como

uma característica de fim do século, algo que já ocorreu em outros momentos semelhantes e que

justificaria, parcialmente, a tendência a essas interpretações de “transição histórica”. As razões são

para tanta discussão sobre um novo momento histórico, porém, são decorrentes de alterações

7

fundamentais e não apenas fruto de uma percepção abstrata. De fato, qualquer detida e honesta

6

CASTELLS,Manuel.

AEradaInformação

:economia,sociedadeecultura,vol.1,9ªEdição.SãoPaulo:Pazeterra,2006

7

Cf. GIDDENS, Anthony.

A vida em uma sociedade pós-tradicional. In: Giddens, Anthony; Beck, Ulrich; Lash, Scott.

Modernização Reflexiva

: Política, Tradição e Estética na Ordem Social Moderna. São Paulo: UNESP, 1995. p. 73; e SOUZA

SANTOS, Boaventura.

Para umNovo Senso Comum

: a ciência, o direito e a política na transição paradigmática. Vol. 1 (Crítica da

Razão Indolente). SãoPaulo: Cortez, 2005. p. 41.

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