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WOLKMER, Antônio Carlos.

História do Direito no Brasil

. 3ª Revista e Atualizada. Rio de Janeiro: Forense,

2005.

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MONDARDO, Dilsa.

Metodologia do Ensino do Direito

: memórias de um cronópio. In: COLAÇO, Thais Luzia

(org.).Aprendendo a Ensinar Direito oDireito. Florianópolis: OAB/SC, 2006, p. 89.

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Este Capítulo tem por base as idéias expostas, aqui e ali, pela Professora da Universidade Federal de

Santa Catarina Odete Maria de Oliveira, em sua obra “Teorias Globais”, Volume I, Elementos e

Estrutura. Ijuí, Unijuí, 2005.

como um instrumento de poder e dominação. Dessa forma, tal cultura, que tem como ponto de

partida as faculdades, não tem ligação com as reais reivindicações e necessidades da sociedade

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periférica brasileira .

Ainda hoje, a faculdade de Direito é um lugar onde os alunos apenas assimilam um

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conhecimento técnico-formal, o que ocorre sem críticas ou questionamentos . Além disso, a

relação do professor com os alunos se dá de forma hierárquica, em uma vinculação de poder que

elimina qualquer possibilidade criativa.

Portanto, a tradição conservadora dos cursos de Direito no Brasil, que se reflete nessa

maneira como os seus alunos são formados, não permitiu, ainda, a utilização de novas estratégias

educativas possíveis por meio das tecnologias disponíveis. Como será visto a seguir, nesse

sentido há umcaminho repleto de riscos, mas também, de oportunidades emancipatórias.

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III - A REGLOBALIZAÇÃO E O ENSINO DO DIREITO

Os Seres Humanos, desde épocas remotas, tendem a extrapolar seus limites, levando-os

do local ao global, em um processo de reiterados avanços e retrocessos em direção a uma “aldeia

global”, um mundo sem fronteiras. No entanto, é preciso questionar: a compreensão e

conceituação desse processo no mundo contemporâneo influenciam a maneira como devemos

pensar nossos cursos de Direito?

Primeiramente, é de se dizer que, não obstante uma maior utilização do termo

“globalização” em tempos recentes, cuida-se de referência a um fenômeno antigo, impulsionado

por diversos fatores de natureza política, religiosa e comercial. Impérios, religiões universais e

trocas comerciais tiveram papel importante nos fluxos e refluxos globalizantes, em uma

conjuntura de fatores que levou ao atual momento histórico de aceleração na construção de uma

“sociedademundial”, neste início do terceiromilênio.

Não há dúvidas, por exemplo, que a atual revolução tecnológica digital e a conseqüente

formação de uma rede mundial dinâmica de informações, a internet, bem como o avanço no

acesso a meios de transporte mais rápidos e mais baratos, “encolheram” as distâncias culturais,

políticas, religiosas e comerciais a umnível jamais visto pela humanidade.

Diante da amplitude dos elementos pincelados nos parágrafos anteriores, logo se vê a

dificuldade na confecção de um conceito e no estabelecimento de um significado contemporâneo

para o tema da globalização.

A heterogeneidade dos elementos que compõem o processo globalizante, portanto,

impede uma conceituação unívoca para o termo, ainda mais porque estamos vivendo um intenso

processo inacabado de reglobalização, que não permite o distanciamento temporal necessário à

identificação das características essenciais do fenômeno.

Rodrigo Fernandes das Neves

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